Caetano Veloso e Odair José
Odair José
Uma das figuras mais instigantes da música brega nacional é Odair José. Nacido em 1948 em Morrinhos, Goiás, aos 15 anos já se apresentava nas boates do Rio de Janeiro. Foi casado com a cantora Diana, com quem teve uma filha. Já no início dos anos 70 (a já comentada década de ouro da música brega) grava sua primeira canção "Minhas Coisas", incluída no Disco "As 14 mais", que dividiu com vários outros cantores; entre eles Roberto Carlos, Wanderléa, Reginaldo Rossi e Jerry Adriani. Ainda em 1970 grava seu primeiro disco solo, chamado apenas "Odair José", com composições de Raul Seixas, Diana, Rossini Pinto, entre outros. Odair foi talvez o cantor mais famoso da geração "Brega 70". O Rei não conta, porque é o Rei; está acima dessas classificações reducionistas. Ao contrário de Roberto, Odair José recebeu epítetos um pouco menos vistosos, como "O terror das empregadas", "O cantor da pílula", mas também já foi chamado de "Bob Dylan brasileiro". Com um pé no rock cafona e outro na música romântica, o cantor conseguiu identificação imediata com o público popular e bateu recordes de vendas de discos no país. Hoje vive um momento de pleno prestígio e, quem diria, recebe homenagens de vários cantores da "cultura pop". Já foi regravado e já subiu nos palcos de vários moderninhos. E estar perto de Odair José hoje é "super cool". Portanto, os "antenados de plantão" estão apenas seguindo a moda. Todo mundo de olho na boutique do Odair. Ousado (e antenado) mesmo foi Caetano Veloso, que prestigiou o artista desde o início. Esse é o cara! Aliás, os dois cantores deste post são "Os Caras".
EU VOU TIRAR VOCÊ DESTE LUGAR foi o primeiro grande sucesso de Odair José, gravado em 1972. E até hoje é sua música mais lembrada. Foi a música mais tocada do ano e o álbum - "Assim sou eu" - o mais vendido. O público "de bom gosto" da época torceu o nariz para a canção que falava de um homem que se apaixonou por uma mulher da vida e que queria tirá-la do bordel. O povão adorou!!
Odair José
PARE DE TOMAR A PÍLULA (UMA VIDA SÓ) fez parte do álbum lançado em 1973. Este disco foi um sucesso avassalador, emplacando 8 das 12 músicas nas rádios AM. Segundo o site do artista, foi o disco mais executado e mais vendido do ano em todo o país. Essa música chegou a ser censurada pelo governo do regime militar por supostamente atrapalhar a campanha de redução da natalidade. Somente na década de 70 o cantor gravou 11 álbuns. Aqui Odair José interpreta a música "Pare de Tomar a Pílula" ao vivo, no Rio de Janeiro.
Odair José
CADÊ VOCÊ também fez parte do álbum de 1973 e também é até hoje uma de suas músicas mais lembradas. No início da carreira, segundo a wikipedia, Odair José teve influências da música caipira norte-americana, do country de raíz de Hank Williams e Johnny Cash. Vindo daí o epíteto de "Bob Dylan brasileiro". Mas apenas em 1978, segundo alguns, faria um disco mais próximo do rock, "O filho de José e Maria", chamado em seu site de ópera popular.
Odair José
Odair José
EU VOU TIRAR VOCÊ DESSE LUGAR 2 - E finalmente vamos receber nosso convidado de honra, Caetano Veloso, cantando com Odair José. Como Caetano, assim como Marisa Monte, tem o toque de Midas, o que já era bom ficou ainda melhor. Caetano cantava Odair José em seus shows e era simplesmente vaiado, despertando a ira do público chic, mas até hoje o cantor baiano enfrenta heroicamente a caretice do gosto dominante, sem se intimidar. Uma sugestão aos chics iniciantes neste tipo de música: Limpem seus ouvidos com cotonete e água Perrier para receber essa jóia em forma de música.
Caetano Veloso e Odair José
Finalizando este post, receberemos o super-produtor brasileiro Nelson Motta, falando sobre o livro "Eu não sou cachorro não", que fala sobre a importancia da música brega para a música brasileira.
Espero que tenham gostado. Mais adiante teremos outras postagens com Odair José e Caetano Veloso. Até a próxima!
Postado em 13 de maio de 2012.
"Caetano veloso e Marisa monte tem o toque de midas",não entendi,eu achava que você preferisse os bregas.
ResponderExcluirObrigado pela visita e pela participação, Ademar! Você tem razão, eu vivo me confundindo com essas coisas, he he! As bregas "Sozinho" (do Peninha) e "Você não me ensinou a te esquecer" (do Fernando Mendes)foram dois dos maiores sucessos do Caetano, que tem um público que "odeia" esse tipo de música. E o público blasé de Marisa Monte adora suas versões do "cafona" Robertão. O "toque de Midas" de que falo é esse "poder" de alterar o "refinado" gosto dos "descolados". Isso realmente me confunde as ideias.
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